Gosto do grito de guerra dos nossos pilotos nas frentes da Europa. "Senta a Púa", clamam, estimulando-se mutuamente, quando parte para acometer pelos ares o fero inimigo. Significa lançar-se sobre ele com decisão, golpe de vista e vontade de aniquilá-lo. Quem vai sentar a pua não tergiversa. Arremete de ferro em brasa e verruma o bruto ".

Todo o povo brasileiro deve compenetrar-se da ordem de "sentar a púa", isto é, de dispor-se a lutar contra o inimigo, sem contemplação por ele. Nada de entreter dúvidas, ponderar possibilidades ou fazer cálculos. O que cumpre é atacar com energia, cada qual dentro das suas circunstâncias, para que nada fique dos regimes totalitários no mundo e a liberdade resplenda como uma conquista permanente.

Os nossos bravos pelejam sem olhar para trás. Quando a cobra fuma, ninguém recua. À frente! ordenam os chefes e os homens atiram-se com essa coragem tradicional dos nossos exércitos. "Sentar a Púa" é um comando a que ninguém pode alhear-se. Quer dizer que a hora da decisão soou e ai de quem ficar perplexo, sem atinar com a escolha. O avião desce roncando. É a pua dos brasileiros, assentada para destruir os bastiões da tirania.
Austragésilo de Athayde

A expressão 'Senta a Púa' surgiu no Nordeste, significando literalmente 'espetar ou cutucar com uma haste ou espora' ('pua' é a ponta afiada de uma espora), como num animal de montaria para que este ande mais rápido e era usada como sinônimo de 'depressa', 'em frente', 'vamos embora'. Era muito utilizada pelo 1º Ten. Av. Firmino Ayres de Araújo, da Base Aérea de Salvador e, vindo dessa mesma base, o então Ten. Av. Rui Barbosa Moreira Lima foi quem introduziu a expressão no cotidiano do grupo. A expressão foi ganhando força e, simbolizada pelo avestruz criado pelo Cap. Av. Fortunato Câmara de Oliveira, chegou à Itália como sinônimo de fazer algo com decisão. "Hoje à noite vou sentar a púa no clube!". "Senta a púa, que você está atrasado!". Ou então ouvia-se pelo rádio, durante um ataque: "Estou vendo uma locomotiva!". "'Senta a Púa"', respondia o líder, e em instantes o alvo era reduzido a destroços pelos P-47 Thunderbolt do 1º GAvCa. Assim, da mesma maneira que o Tally-ho dos americanos ou o À La Chasse dos franceses, o "Senta a Púa" tornou-se o grito de guerra dos aviadores do 1º GAvCa.

Anos depois, em 1985, durante a realização do "Pentatlo Aeronáutico Internacional Militar" (PAIM), foi criado pelo então Maj Av Flavio C. Kauffmann, pelo publicitário Rogério Steinberg e por Aloysio Legey, diretor da Rede Globo de Televisão e entusiasta da aviação, o formato atual 'Senta a Púa! Brasil' utilizado pelos pilotos de caça em suas reuniões e eventos, onde o puxador chama "Senta a Púa!" e todos os demais respondem "Brasil!".

Com Ou Sem Acento?

Em sua grafia correta, a palavra "Pua" não leva acento agudo. Porém, na Itália, certamente por nada mais do que um erro de grafia na hora de pintar a bolacha, a palavra "Pua" foi pintada com acento agudo no "u" em todas as bolachas de todas as aeronaves. Assim, sendo, apesar de ser gramaticalmente incorreto, por questão de tradição histórica quando a expressão "Senta a Púa" é usada como referência ao 1º GAvCa, mantem-se a palavra "Púa" acentuada.