À época que coincidiu com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939), foi lançada no Brasil, pela Companhia de Cigarros Castelões, uma marca que ficou famosa pela propaganda no rádio: Cigarros Adelphi, anunciado com o som de várias pessoas batendo palmas intermitentes (pá para pá) seguidas da palavra 'Adelphi' dita de modo enérgico.

Os cigarros eram acondicionados em carteiras de papelão azul com letras douradas. Em cada carteira havia uma figurinha ou um cheque, com valores numerados, que, quando colecionados, somavam pontos e podiam ser trocados por brindes, que eram pequenos objetos para uso pessoal ou doméstico, em uma loja situada na Rua Marechal Floriano, no centro da cidade do Rio de Janeiro.

O uso do Adelphi como saudação tem suas origens numa viagem a São Luís do Maranhão, em 1940, quando estavam a bordo do vapor Itanagé o então cadete Rui Barbosa Moreira Lima, o 1º Ten. Av. do Exército José Ribamar Raposo, ambos conterrâneos e mais um grupo de aproximadamente sete jovens. Entre as várias brincadeiras feitas de modo a afastar a monotonia da viagem, estes resolveram que, a cada porto que o navio atracasse para carga e descarga, um deles seria responsável por abduzir um prato e um talher dos restaurantes nos quais almoçassem.

Distribuída que foi a missão entre os vários componentes do grupo, esta foi devidamente cumprida, com a quantidade de pratos e talheres aumentando nos portos de Salvador, Maceió, Recife e Natal, sendo Fortaleza o fim da linha. Sob determinação de Raposo, os pratos roubados eram colocados por sob as camisas e, batendo nos pratos com os talheres, todos a um só tempo repetiam a saudação dos cigarros Adelphi. Tal brincadeira pegou, e passou a ser feita nas refeições, antes do início de shows e mesmo para saudar o Comissário de Bordo e o Comandante do Itanagé. Após a viagem, no entanto, a brincadeira caiu no esquecimento. Os cigarros Adelphi foram produzidos apenas até 1942.

Quando o 1º GAvCa chegou a Camp Shank, na Virgínia, Estados Unidos, em agosto de 1944, ficou sob quarentena por um período de 48 horas. Não havendo o que fazer, seus integrantes passaram a bolar brincadeiras e a cantar velhas canções onde pudesse ser dada ênfase ao coral. O então Tenente Rui Moreira Lima, lembrando-se da brincadeira de sua viagem de quatro anos antes, apresentou-a ao grupo e o Adelphi consagrou-se inicialmente como uma saudação em tom de brincadeira sendo apresentada ao Coronel Nero Moura. Bem aceita que foi, passou a ser utilizada para saudar alguém que tivesse realizado alguma coisa diferente.

Certa vez, já na Itália, o Comandante da 12th Tactical Air Force, Gen. J.K. Cannon fez uma visita ao 1º GAvCa, sendo recebido formalmente pelo Cel. Nero Moura e, uma vez quebrado o protocolo, este solicitou ao seu pessoal que saudassem o Gen. Cannon com um Adelphi, no que foi pronta e entusiasticamente atendido. O sucesso foi tal que o Nero Moura teve que improvisar uma explicação para o Gen. Cannon, dizendo que aquela era 'uma saudação honrosa da caça brasileira, utilizada para saudar apenas grandes personalidades'.

Desse dia em diante o Adelphi foi oficializado no 1º GAvCa, passando de simples brincadeira a saudação séria. Sua utilização passou a ser cada vez mais restrita aos momentos ou feitos importantes, sendo, no entanto, sempre oferecido aos companheiros abatidos em combate.

Em 1988, quando de sua criação, o 1º Esquadrão do 16º Grupo de Aviação (1º/16ºGAv) , então baseado em Santa Cruz (atual Ala 12) e equipado com aeronaves de ataque Embraer A-1 (AMX), adotou o nome Adelphi como designação oficial da unidade e do código de seus pilotos, fazendo uma justa homenagem aos veteranos do 1º GAvCa. O 1º/16ºGAv foi desativado em 2016 mas deverá ser reativado futuramente, operando a partir da Base Aérea de Anápolis.